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PIZARRO DRUMMOND
JOSÉ EDUARDO PIZARRO DRUMMOND
( BRASIL – SÃO PAULO )
José Eduardo Pizarro Drummond foi um jurista, ensaísta, crítico, poeta brasileiro. Nasceu em 30 de setembro de 1925, em São Paulo. Faleceu em 18 de outubro de 2007, na cidade do Rio de Janeiro. Wikipédia
A TOGA E LIRA: coletânea poética. Abeylard Pereira Gomes ...[
et al.: apresentação por Fernando Pinto. Rio de Janeiro: Record, 1985. 224 p. Ex. doação do livreiro BRITO, Brasília
AUTODEFINIÇÃO
Clamo a despedida simples.
Meus olhos subiram montes, meus pés são garras
cravadas na carne fresca.
Germens não me atingiram a adolescência
noturna
Nem cruzes estacionaram nas vias de
comunicação.
Sou pedra diluída em membranas.
O místico adormeceu no meu temor de selvagem
E o minuto faz os séculos de que viverei.
COMPOSIÇÃO
Lagos, estrelas, eu.
Teu rosto no céu, no chão.
Não vejo o que fui, sou planta.
Gesto negro, fala branca
Clamo dilúvios.
Sinto meus olhos morrerem
Nos escondidos da tarde.
PÁSSARO AUSENTE
Cruzo declarações de faces.
Ando por dentro de nuvens,
Meu desejo é sombra.
— Cairei, cairás?
Na distância os braços se encontrarão.
CANÇÃO-ELEGIA
Os violinos mágicos
fizeram silêncio
em teu louvor.
ESBOÇO
Deixarás teu semblante sob os meus olhos pálidos.
Eu morrerei.
Nuvens abrir-se-ão em corolas doces.
Eu morrerei.
Cairás nos meus ombros com perdida volta.
Eu morrerei.
ELEGIA NOTURNA
(parte v)
Noturno de Palmas
Lírico apóstolo sem virtude
Morto nos reveses da inocência.
A alma sobe nas palpitações da carne
Segurar a taciturna que passa
Cantar para desconhecidas damas
(Transparentes jograis)_
Nem desconhecer a cama dos indiferentes
Taça nas alturas, pés acima do chão
E a cabeça rolando por degraus absolutos...
O veneno escorre vermelho
Vidro que não quebrou, romance que evoluiu,
Frágil seqüência de desaparecidos...
Luas de orvalho em solitários muros brancos
Sabor de vinho no transporte máximo
Plano de existência fora do corpo
Espaço gestando contrapontos evocativos.
*
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Página publicada em junho de 2023
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